Entre os eléctricos que os cidadãos mais entregaram para reciclagem estão os de grandes dimensões, como máquinas de lavar roupa ou frigoríficos (22.233 toneladas), seguidos de equipamentos como aspiradores, torradeiras ou ferros de engomar (6.837 toneladas). Foram também recolhidas 4.470 toneladas de equipamentos de informática e telecomunicações (como telemóveis), 2.456 toneladas de ecrãs e 313 toneladas de lâmpadas.
De sublinhar o aumento na reciclagem de grandes equipamentos eléctricos, que cresceu cerca de 43%, com mais 6.648 toneladas de aparelhos recolhidos. Este crescimento assume particular importância tendo em conta o problema do mercado paralelo, para qual o Electrão tem vindo a alertar, em que equipamentos de grandes dimensões são desviados do circuito formal e não chegam às unidades de tratamento, onde seriam corretamente descontaminados e reciclados.
São diversos os factores que contribuíram para os resultados positivos alcançados no ano passado: a expansão da rede de recolha própria do Electrão (www.ondereciclar.pt), que conta actualmente com 13.500 locais (mais 2.103 do que em 2023), e que permitiu enviar para reciclagem mais 8 mil toneladas de resíduos eléctricos do que no ano anterior; o trabalho dos parceiros operacionais que continua a ser fundamental, já que a contribuição dos operadores representou 7 mil toneladas; e a aposta em projectos como o Porta-a-Porta, em que os grandes electrodomésticos usados são recolhidos diretamente em casa do cidadão, ou campanhas de recolha como o “Quartel Electrão” e a “Escola Electrão”.
Estas iniciativas continuam a ser essenciais para se alcançarem melhores resultados, mas há ainda um longo caminho a percorrer para sensibilizar cada vez mais pessoas para a necessidade de entregarem os equipamentos usados para reciclagem, combatendo o mercado paralelo e, também, a acumulação, que é outro dos problemas que persiste: a acumulação, em casa, de pequenos aparelhos elétricos que já não são utilizados.
“Verificamos, com agrado, que os resultados alcançados têm vindo a crescer, de ano para ano, e que refletem não só as apostas que temos concretizado, mas também o esforço de todos, porque a reciclagem é uma acção que começa na casa de cada um de nós. Mas queremos melhorar ainda mais, porque continuamos longe de atingir os objectivos desejados na reciclagem de equipamentos eléctricos em Portugal e, para isso, queremos contar com o contributo de cada vez mais portugueses nesta missão”.
Ricardo Furtado acrescenta que “Com a entrada em vigor da nova licença, que regula a actuação das entidades gestoras, e com metas mais ambiciosas de reciclagem, este ano de 2025 representa uma pressão adicional para o País e para o sistema de gestão de resíduos eléctricos, com a necessidade de aumentar ainda mais as recolhas e de recorrer a novas soluções para envolver o cidadão. Este é, também, o ano em que o Electrão assinala 20 anos de actividade e reforça o compromisso com a sustentabilidade e com o objectivo de contribuir para o aumento da reciclagem de resíduos em Portugal”.
Para além da reciclagem, o Electrão incentiva a reutilização de equipamentos eléctricos e está cada vez mais comprometido com soluções que prologam a vida útil desses aparelhos, seja através da doação (com o projecto Ondedoar.pt), ou da reparação (com o Academia REPARA). É verificado o potencial de reutilização de diversos equipamentos e esse processo permitiu que em 2024 fossem reutilizadas 1.253 toneladas de aparelhos eléctricos, um aumento de 8% em relação a 2023.